Comitê Macro - Janeiro

Lucas Moraes
03 de January de 2023

Destaques do Mês de Dezembro

 


Nos Estados Unidos, como já era esperado, o FED elevou a taxa de juros em 0.5 p.p porém o mesmo trouxe um discurso um pouco mais agressivo do que o mercado gostaria. Em resumo, foi sinalizado a possibilidade de altas adicionais de juro, que permanecerá elevado por mais tempo.

Após um ano bastante conturbado, a Europa consegue fechar o mês sem maiores dificuldades com o risco de desabastecimento de energia. Porém, os esforços realizados para contornar esse problema podem gerar novos impactos negativos para a economia. Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia pode se intensificar e gerar um nível ainda maior de incerteza econômica para a região.

A China por sua vez, segue conduzindo passos importantes rumo à abertura, porém existem muitas incertezas sobre esse cenário de flexibilização no país que pode ser alterado a qualquer momento. O setor industrial continua bastante afetado e embora a postura das autoridades tenha mudado nas últimas semanas, a atividade ainda não reflete essa mudança. 

Já no cenário interno, o principal tema foi a política fiscal do novo governo. As incertezas acerca desse tema sugerem que poderemos ver a inflação em níveis maiores do que o esperado, assim, a taxa de juros por aqui pode se manter em 13,75% por um período ainda mais longo.

 

 

 

Cenário para Janeiro

 

Com um discurso moderadamente duro para o mercado no último comunicado, os indicadores econômicos desse início de ano podem trazer mais clareza para os próximos passos do FED. Apesar de alguns dados ainda mostrarem força, acredita-se que a economia americana deve passar por períodos de contração nos próximos meses.

Na sua última reunião, o BCE elevou a taxa de juros e reforçou que a política monetária seguirá em curso e os juros serão elevados em um ritmo constante até que a inflação mostre sinais concretos de desaceleração. Além disso, caso o conflito no Leste Europeu se intensifique, o nível de incerteza deve elevar e trazer ainda mais pressão para os dados econômicos.

Ainda dentro do processo de reabertura, a China segue com os principais indicadores econômicos perdendo força. Com o desafio de seguir flexibilizando as restrições devido ao aumento do número de casos da Covid-19, o cenário ainda é de muita incerteza e caso novas restrições aconteçam devemos esperar um impacto negativo sobre as cadeias produtivas e sobre o setor exportador.

Por aqui, os investidores devem seguir acompanhando as expectativas de inflação e Selic divulgadas no boletim Focus. A condução da política fiscal doméstica impacta direta e indiretamente, a atividade econômica. Além disso, apesar dos riscos externos existirem, alguns fatores como a reabertura da China podem trazer impactos positivos para nossa economia. 

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