Comitê Macro - Janeiro
Destaques do Mês de Dezembro
Nos Estados
Unidos, como já era esperado, o FED elevou a taxa de juros em 0.5 p.p porém o
mesmo trouxe um discurso um pouco mais agressivo do que o mercado gostaria. Em
resumo, foi sinalizado a possibilidade de altas adicionais de juro, que
permanecerá elevado por mais tempo.
Após um ano
bastante conturbado, a Europa consegue fechar o mês sem maiores dificuldades
com o risco de desabastecimento de energia. Porém, os esforços realizados para
contornar esse problema podem gerar novos impactos negativos para a economia.
Além disso, o conflito entre Rússia e Ucrânia pode se intensificar e gerar um
nível ainda maior de incerteza econômica para a região.
A China por sua
vez, segue conduzindo passos importantes rumo à abertura, porém existem muitas
incertezas sobre esse cenário de flexibilização no país que pode ser alterado a
qualquer momento. O setor industrial continua bastante afetado e embora a
postura das autoridades tenha mudado nas últimas semanas, a atividade ainda não
reflete essa mudança.
Já no cenário
interno, o principal tema foi a política fiscal do novo governo. As incertezas acerca
desse tema sugerem que poderemos ver a inflação em níveis maiores do que o
esperado, assim, a taxa de juros por aqui pode se manter em 13,75% por um
período ainda mais longo.
Com um discurso moderadamente duro para o mercado no último
comunicado, os indicadores econômicos desse início de ano podem trazer mais
clareza para os próximos passos do FED. Apesar de alguns dados ainda mostrarem
força, acredita-se que a economia americana deve passar por períodos de
contração nos próximos meses.
Na sua última reunião, o BCE elevou a taxa de juros e
reforçou que a política monetária seguirá em curso e os juros serão elevados em
um ritmo constante até que a inflação mostre sinais concretos de desaceleração.
Além disso, caso o conflito no Leste Europeu se intensifique, o nível de
incerteza deve elevar e trazer ainda mais pressão para os dados econômicos.
Ainda dentro do processo de reabertura, a China segue com os
principais indicadores econômicos perdendo força. Com o desafio de seguir
flexibilizando as restrições devido ao aumento do número de casos da Covid-19,
o cenário ainda é de muita incerteza e caso novas restrições aconteçam devemos
esperar um impacto negativo sobre as cadeias produtivas e sobre o setor
exportador.
Por aqui, os investidores devem seguir acompanhando as
expectativas de inflação e Selic divulgadas no boletim Focus. A condução da
política fiscal doméstica impacta direta e indiretamente, a atividade
econômica. Além disso, apesar dos riscos externos existirem, alguns fatores
como a reabertura da China podem trazer impactos positivos para nossa economia.